terça-feira, 30 de agosto de 2011

ARTIGO CONTABILIDADE MENTAL


Reflexões sobre a Contabilidade Mental

Publicado na: Revista Brasileira de Contabilidade nº 172 (Julho/Agosto - 2008)

Página 77: Artigo: Reflexões sobre a Contabilidade Mental. José Carlos Marion

Resumo

Além das pessoas jurídicas, as pessoas físicas precisam também tomar decisões, buscando não só maximizar suas riquezas, como também seu bem-estar. Porém, muito mais que as empresas, o ser humano deixa de ser racional, inserindo em suas decisões variáveis comportamentais, psicológicas, sociológicas e emocionais. A contabilidade, apesar de ser uma ciência social, tem considerado muito pouco, até então, o comportamento do homem na avaliação do ativo e nas premissas que formam os seus pilares teóricos. A variável utilidade para maximizar o bem-estar do ser humano não tem sido foco nos estudos das Ciências Contábeis. Por outro lado, não temos visto tratados contábeis que contestam os processos decisórios, muitos vezes equivocados, que incorporam a psicologia, sociologia; emoções que ultrapassam os limites da racionalidade.Todavia, se discute se a construção de um modelo de informação voltado para a mente do homem, que muitas vezes não passa de “regras de bolso”, é atribuição da chamada Ciências Contábeis, ou das Finanças, ou da Economia Financeira, ou da Psicologia Econômica, ou de outra área de conhecimento. Ou, ainda, se o ato de processar dados, avaliar dados, tomar decisões, na esfera das emoções humanas, deveria ser tratado no conjunto de diversas áreas de conhecimento.


Abstract

Not only Legal entities, but Individuals have to make decisions, aiming not only to maximize its wealth, but also its well-being. However, much more than companies, individuals, abandoned the rational thinking, inserting behavior variables such as psychological, sociological and emotional among others in its decisions. Accounting has considered very little, until now, the human behavior in spite of being a social science in the evaluation of assets and assumptions that form its theoretical pillars. The variable utility to maximize the well-being of the human being has not been focused among studies of Countable Sciences. On the other hand, we cannot find accounting agreements that contests the decision process, usually mistaken, that incorporate psychology, sociology, emotions that exceed the limits of rationality. Nevertheless, it is being discussed if the construction of an information model toward the mind of the man, which in many instances is nothing more than “pocket rules”, is an attribution of the so called Countable Sciences, or Finance, or the Financial Economy, or Economic Psychology, or even another area of knowledge. Or, still, if the act to process, evaluate and take decisions over given informations, in the sphere of the human emotions, would have to be treated in a set of diverse knowledge areas.

Palavras-chaves: Contabilidade, Mental, Decisões, Finanças.

Key-words: Accounting, Mental, Decisions, Financials


 1 Introdução

Quando se trata de decidir o destino de seus recursos, ou captação dos mesmos, a pessoa física nem sempre toma decisões racionais. Esta área financeira das pessoas é tão relevante nos dias atuais que várias categorias de profissionais tentam  contribuir para melhorar a satisfação da difícil missão de lidar com dinheiro.
 psicólogos que analisam os fatores que contribuem para se tomar em certas decisões e a reação das pessoas diante dos resultados. Encontram-se hoje consultores na área da psico-economia que ajudam as pessoas  a entender as razões de certas decisões na área financeira, principalmente com nos erros recorrentes. Esta área é tão fundamental, que se criou, inclusive no Brasil, a Associação Internacional para Pesquisa em Psicologia Econômica. Nos EUA, encontram-se, por exemplo, centros de pesquisa nesta área, como o laboratório de neuroeconomia do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTeck).
Os economistas, mais voltados para os modelos matemáticos, buscam fórmulas para maximizar o bem-estar das pessoas através de decisões racionais e análise de erros no sentido de correção de rumo. Daí vem a expressão homo economicus que contempla a racionalidade nas decisões para se obterem maiores benefícios.
Os administradores evoluíram consideravelmente no campo das finanças. Ao cuidar das finanças pessoais, estes profissionais têm estudado  o que se denomina “finanças comportamentais”, considerando as decisões complicadas que o ser humano tomam freqüentemente diante de raciocínios nem sempre racionais.

Em parte, profissionais da sociologia, da matemática financeira, da estatística etc., têm contribuído para construir o modelo ideal do homo economicus. Porém, uma pergunta se faz necessário: como tem a contabilidade, como uma ciência decisorial, voltada para o papel de bem informar (para  bem se decidir), contribuído para este processo?
Estudiosos, como Zsuster (2005) afirmam que a contabilidade é um patrimônio da humanidade e sua atuação é fundamental para o desenvolvimento e sobrevivência da sociedade. Assim, imaginamos como seria o mundo sem a contabilidade, sem informações oportunas e com qualidade que propiciam a racionalidade nas tomadas de decisões?
Muito recentemente, tem-se visto nas publicações, como o caso de Thaler (1999) sobre educação financeira uma teoria chamada “Contabilidade Mental” pela qual se pressupõe que as pessoas deveriam organizar sua mente, seu raciocínio em modelos decisoriais, visando tomar decisões econômico-financeiras à semelhança de uma empresa bem-sucedida por ter um excelente sistema de informação.
Seria isto possível? Imagens feitas com as novas técnicas de ressonância magnética revelam, conforme Souza (2007), que, em assuntos ligados a dinheiro, o cérebro do consumidor funciona de forma bem diferente do que se pensava: a emoção concorre em igualdade de condições com a razão e, freqüentemente, a sobrepuja . Esta pesquisa mostra que, para não atrapalhar a expectativa da satisfação, o córtex pré-frontal médio do cérebro, onde se processam os cálculos racionais, fica temporariamente desativado. Assim, muitas vezes, o impulso emocional prevalece.
O que leva o impulso a vencer a razão? Visando inverter esta realidade, surgem pesquisas e cursos modernos voltados para a educação financeira. Por exemplo, o Money Camp se tornou o pioneiro de alfabetização financeira para crianças. Criado nos EUA há cinco anos por Elisabeth Donati, inspirado no best-sellers Pai rico, pai pobre (editora Sextante), do guru das finanças pessoais Robert Kiyosaki, este curso está sendo franqueado para muitos países, inclusive o Brasil.
Será que um processo de educação financeira de longo prazo, desde a infância, baseado em consistência e repetição, permitirá a racionalidade, nos alunos, em termos de decisão econômico-financeira? Os membros do IACSEE (Internacional Association for Citizenship, Social and Economics Education) acreditam que atingir o homo economicus, que tomada de decisões racionais é plenamente possível, desde que educados para esta missão.
Uma coisa é certa: em função da extensão do ciclo de vida (expectância de vida que pode chegar em pouco tempo a cem anos), é fundamental que cada ser humano gerencie sua vida com o “eu SA”, melhorando sua capacidade de agir no presente para ter qualidade de vida no futuro.

2 Por que o cérebro necessita de gerenciamento

Estudos científicos demonstram que as emoções têm um papel importante num cérebro consumidor, gastador, perdulário, sem nenhum comprometimento com critérios racionais que orientam os gastos, as compras e as decisões financeiras.
Como já vimos, a região do cérebro córtex pré-frontal médio é que processa os cálculos racionais na área da decisão, por exemplo, se vai ou não fazer uma compra. Ele compara os benefícios que o produto a ser adquirido vai proporcionar com os benefícios futuros que o dinheiro a ser gasto traria se aplicado para um outro fim.
Gastar mal, além das contas, sem critério, sem racionalidade são atitudes que podem acontecer com qualquer um. Decisões meramente impulsivas que trazem prejuízos em relação às finanças pessoais, à administração do fluxo de caixa, são realidades que nos afetam nos dias atuais.
Esta possibilidade de engano financeiro, segundo Souza (2007), concluída em uma pesquisa  realizada sobre processos cerebrais associados às decisões, envolve dinheiro e, muitas vezes, traz transtornos às famílias, provocando conflitos, desunião, separação e outros males. Este estudo  realizado por economistas e psicólogos das universidades de Carnegie Mellon e Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, dos Estados Unidos, trouxe uma luz para se buscar paz financeira nos lares.
A lógica de buscar equilíbrio financeiro ou de usar o dinheiro futuramente para uma melhor aquisição ou investimento é totalmente desmontada, por muitos dos pesquisados, pela satisfação imediata de fazer uma compra principalmente pelo uso de cartão de crédito ou cheque pré-datado. O pior é que, muitas vezes, as pessoas, influenciadas pelas fortes emoções, acham que estão sendo guiadas pela razão. As próprias estratégias do mercado vendedor têm apelos fortes para estas induções.
Decisões financeiras por impulso, o forte apelo do mercado, a pressa somada à redução de tempo do homem moderno, entre outras variáveis, fazem com que, cada vez mais, tenhamos necessidade de gerenciar criteriosamente nossas decisões dentro de padrões racionais de utilidades, projeções, cálculos, comparações de benefícios, resultados futuros, administração de caixa e investimentos ... que estamos tratando de Contabilidade Mental.
Estaria a Contabilidade como ciência, como uma área de conhecimento, contribuindo para uma das maiores preocupações da sociedade moderna? A Contabilidade poderia contribuir, por exemplo, para as decisões das pessoas físicas, propondo modelos racionais em paralelo às variáveis emocionais?

3 Contabilidade como ciência

A Contabilidade, como campo de conhecimento, é uma das ciências mais antigas (fala-se em mais de 6 mil anos a.C.). Ela surgiu dentro de um cenário bastante prático, considerando a necessidade que as pessoas tinham em tomar decisões na área econômica. Aliás, a importância da Contabilidade, como já vimos, está relacionada ao desenvolvimento e a própria sobrevivência da sociedade.
O homem, ambicioso por natureza, empreendedor, gestor de bens e recursos, sempre envolvido com os eventos econômicos, jamais abriu mão desta área de conhecimento. Aqui se destaca o caráter extremamente utilitarista da Contabilidade.
Tratamos a Contabilidade como ciência social, já que ela é um produto do meio, acompanhando as mudanças sociais, a evolução do homem. Não é, ao contrário do que muita gente pensa, uma ciência quantitativa, embora  utilize em larga escala os métodos quantitativos, tendo  como principais instrumentos a matemática e a estatística.
A Ciência Contábil, assim como as demais ciências, segundo Iudícibus (2005), deve ser capaz de estabelecer relações entre causas e efeitos, além de dar ao campo de conhecimento e ao universo dos eventos nele contido um amplo guarda-chuva conceitual.
Dentro desta vestimenta científica, obtida praticamente no século XV, a Contabilidade chega na era do conhecimento e informação num contexto de grande avanço tecnológico e de valorização extrema do capital intelectual, sendo o mais importante campo de conhecimento na área decisorial. Nesta condição ela se beneficia e empresta conhecimentos não só da área quantitativa, como também na área tecnológica, econômico-financeira, psicológica, jurídica, administrativa, sociológica etc.
Ainda que a Contabilidade, como instrumento decisorial, a princípio, tenha surgido das necessidades das pessoas, ela vai atingir seu ápice em ambientes econômicos complexos com o crescimento das organizações e a alavancagem  no mundo dos negócios a partir da Revolução Industrial.
Assim, o foco da Contabilidade, num determinado momento da história, deixa de ser pessoas físicas e passa a ser as empresas, as organizações. Neste ambiente ela torna-se eficiente e indispensável, no seu modelo consagrado, ao registrar os fatos ocorridos nas organizações, constituindo um banco de dados que produz informações úteis e imprescindíveis no processo decisório.
Mais recentemente, a Contabilidade assumiu o desafio de estruturar modelos de mensuração aplicáveis a eventos futuros, utilizando-se de estimativas, modelos matemáticos e estatísticos, comportamentos, tendência de cenários econômicos, riscos e outras variáveis. Com estes ingredientes, a Contabilidade participa de todas as etapas do processo decisorial: planejamento, execução e controle.
O que se quer dizer com isto é que a Contabilidade, como ciência, tem cumprido sua missão nos complexos econômicos, com foco nas organizações, empresas, pessoas jurídicas, países etc. Porém, deixa um vazio quando se trata de indivíduos, pessoas físicas e, consequentemente, famílias.
Só que estas complexidades dos cenários econômicos têm, nos nossos dias, alcançado também a gestão pessoal, a gestão de filhos, a gestão de família. Em outras palavras, a pessoa física, hoje, como já dissemos, precisa tomar decisões relevantes para atender a suas necessidades estratégicas e operacionais.
Esta necessidade leva ao desabrochar da Contabilidade Mental, com ênfase principalmente na pessoa física, que não está coberta pelo guarda-chuva conceitual da Teoria da Contabilidade. Aliás, várias áreas de conhecimento parecem querer assumir o paternalismo deste conceito emergente que é a Contabilidade Mental, voltado para finança comportamental.
Na verdade, a Contabilidade Mental, como será visto, envolve modelos mentais, percepções, situações específicas, emoções, experiências anteriores e outras variáveis (que muitas vezes fogem à racionalidade decisorial) que necessariamente demandam conhecimentos de outras áreas.

4) A teoria da contabilidade mental

Frases como “não confie apenas em contabilidade mental, mas relacione, coloque no papel todos os gastos pendentes para não estourar seu orçamento” são freqüentemente encontradas em artigos e palestras relativas à educação financeira.
Todavia, o conceito atual de Contabilidade Mental não tem nada a ver com a idéia de um raciocínio rápido, irresponsável, sem nexo; muito pelo contrário, a teoria da Contabilidade Mental aborda como as pessoas registram, resumem, analisam e relatam as transações econômico-financeiras do seu dia-a-dia.
Segundo Lourenço (2006), a teoria da Contabilidade Mental  propõe essencialmente que os indivíduos executem mentalmente operações de contabilidade organizadas à semelhança do que fazem as empresas e que lhes permitem organizar e avaliar as suas decisões econômico-financeiras.
Um exemplo citado por Lourenço é o da decisão da compra de uma cerveja bem mais cara, numa praia, onde o turista está com muita sede. Está presente não apenas a utilidade do bem adquirido (que faz esperar que os indivíduos estejam dispostos a pagar o mesmo preço de um supermercado por uma cerveja), mas também o conceito de utilidade da transação, que permite que os indivíduos distingam o preço de referência ou esperado do preço pago.
 Ele afirma ainda que esta operação de contabilidade mental, em que são utilizados preços de referência, é  que torna as promoções mais eficazes quando na etiqueta do preço é indicado o preço anterior (mais alto) do que quando é apenas indicado o preço após o desconto. E nos faz comprar só para "aproveitar" a (utilidade da) promoção.
Outro exemplo desta teoria dado por este mesmo autor (que mostra alguns  malabarismos que usamos ao executar a  contabilidade mental) é a nossa necessidade de amortização (custo irrecuperável) de perdas no tempo, quando estas, como o próprio nome indica, não deveriam exercer mais nenhuma influência nas nossas decisões. É o que acontece quando decidimos guardar um par de sapatos acabados de comprar e que afinal não servem e nos magoam, tanto mais tempo quanto mais se  pagou por eles, até ao dia em que consideramos amortizados o seu custo. Neste caso, se fecha a conta mental correspondente ao um saldo negativo (sem desfrutar do benefício), porém, a dor psicológica é menor em função do tempo que passou.
Thaler (1999), possivelmente aquele que mais catalogou exemplos nesta área, é um economista americano que, ao longo de sua carreira, foi incorporando psicologia ao mundo dos números, entrando na economia comportamental, uma linha que aplica  conceitos da psicologia à tentativa de racionalização da economia. Em seus trabalhos, tem usado o termo mental accounting (ou Contabilidade Mental) como “o processo inteiro de codificação, categorização e avaliação de eventos (valor, abertura e fechamento de contas mentais)”.
Na verdade, as pessoas usam processos diferentes para formular seus problemas envolvendo aspectos monetários. Elas usam Contabilidade Mental distinta para cada situação, porém, sempre visando maior bem-estar.
Nossa mente é poderosa para fazer manobras que fogem das racionalidades ideais para ditar rumos de melhores decisões. Operações financeiras podem estar respaldadas na nossa mente por emoções fortes que, embora não haja harmonia ou racionalidade desejada, tragam satisfação e sejam muito bem justificadas.
A chamada Contabilidade Mental está ligada à teoria comportamental onde pode haver desvio de preferências de pessoa para pessoa. Uma das variáveis que afeta as decisões é o enfoque que cada pessoa dá ao risco.
Dentro da idéia de Contabilidade Mental, pressupõe que as pessoas criam em suas mentes contas virtuais que provocam decisões, às vezes, isoladas, podendo gerar ineficiência em relação ao conjunto. Um dos exemplos dos autores desta área é que um pai que abre uma poupança para o filho pode, num determinado momento, estar contraindo um empréstimo para saldar um compromisso cujos juros sejam bem maiores que o rendimento da poupança. De maneira geral, a Contabilidade Mental caracteriza-se por separar os componentes de um quadro total.
Thaler (1999) conta um divertido exemplo da vida real de Contabilidade Mental. “Um professor de finanças conhecido dele tem uma estratégia sagaz para se conformar com os pequenos infortúnios. No início do ano, o professor planeja uma doação generosa para sua instituição de caridade favorita. Todos os contratempos ocorridos durante o ano – um ingresso extraviado, a reposição de um objeto perdido, um pedido indesejado por um parente em dificuldades – são, então, debitados da conta de caridade. O sistema torna as perdas indolores, pois a instituição de caridade é que paga. A instituição acaba recebendo o que sobrar na conta”. Assim, Thaler nomeou o amigo o “primeiro Contador Mental autorizado (reconhecido) do mundo”.
A idéia de se ter uma conta mental para cada situação faz com que muitas vezes se consuma forçosamente um bem ou serviço comprado individualmente para satisfazer o binômio custo versus benefício. Gonçalves (2004) diz que “segundo a teoria da Contabilidade Mental, quando um produto ou serviço é comprado e, por algum motivo, deixa de ser consumido, o comprador deve fechar a conta mental correspondente com saldo negativo. Isto é, ele deve abandonar o dinheiro gasto na compra sem desfrutar o benefício. Isso leva a uma sensação de perda, à qual está associada a uma dor psicológica. Quando a transação é realizada através de pacotes de preços, o consumidor pode abrir mão de uma unidade do produto ou serviço sem ter de reconhecer completamente a perda, pois uma unidade dentro do pacote não está diretamente associada a um valor monetário, reduzindo a atenção do consumidor aos custos irrecuperáveis”.
Assim, pela Contabilidade Mental, os serviços comprados em pacotes (por exemplo, turismo) podem reduzir o nível de arrependimento, de percepção de desperdício e outros sentimentos de perdas, quando uma das partes não for consumida ao nível esperado. Nesta hipótese, a intenção de recompra pode ser maior no caso de pacote, tornando-se um fator psicológico no aspecto mercadológico.
Prelec e Lowenstein (2000) afirmam que a força da relação entre pagamento e benefício da Contabilidade Mental desempenha importante papel no comportamento dos consumidores, ou seja, é possível reduzir a pressão psicológica que estes enfrentam diante do risco de fechar uma conta mental com prejuízo. Por exemplo, pagando-se adiantado semestralmente uma academia, a chance de ele freqüentar regularmente é maior (para não perder dinheiro).
A Contabilidade Mental tem também como objetivo avaliar as características comportamentais que afetam a tomada de decisão. Uma das variáveis não racionais que interferem nas tomadas de decisões é que denominamos de aversão míope a perdas. Constata-se que há uma maior sensibilidade a perdas que a ganhos. Por exemplo, numa rodada de baralho em que se ganha R$ 200 numa primeira partida e a mesma pessoa perde R$ 80 na segunda, parece que a perda atinge as emoções mais aguçadamente (embora ainda esteja havendo um lucro de R$ 120).
Um dos aspectos fundamentais considerados na Contabilidade Mental é a teoria do arrependimento, que lida com a reação das pessoas que constatam que tomaram uma decisão errada. Esta teoria afeta consideravelmente novas decisões. Por exemplo, um mal negócio na compra de ações de uma empresa específica pode afetar as decisões de investimentos futura. Há uma tendência do investidor em dividir seus ativos em classes distintas, atribuindo importância distintas. Neste caso, as aplicações em fundos pode reduzir o sentimento mental no fechamento das contas.


5 Contabilidade Mental e a irracionalidade


Bernstein (1997) trata o assunto Contabilidade Mental no tema riscos. Escolhas incoerentes (não necessariamente incorretas) assumem a forma denominada de Contabilidade Mental, “um processo em que separamos os componentes do quadro total. Com isso deixamos de reconhecer que uma decisão que afeta cada componente exercerá um efeito sobre a configuração do todo. A Contabilidade Mental compara-se a focalizar o buraco em vez da rosca. Ela leva respostas conflitantes à mesma pergunta”.
Conforme Bernstein, acima citado, Kahneman e Tversky (1979) “sugere que se imagine estar a caminho para assistir a uma peça teatral para a qual se comprou um ingresso de $ 40. Ao chegar no teatro, você descobre que perdeu o ingresso. Você gastaria $ 40 com outro?”.
Agora, suponha, em vez disso, que você pretende comprar o ingresso ao chegar no teatro. Ao se aproximar da bilheteria, você descobre que tem no bolso $ 40 a menos do que pensou que tivesse ao sair de casa. Mesmo assim, você compraria um ingresso?
Neste exemplo, em ambos os casos haveria uma perda de $ 40,  e se gastaria um  total de $ 80 se decidisse assistir à peça. Se a pessoa desistisse haveria uma perda de apenas de $ 40. Kahneman e Tversky descobriram que a maioria das pessoas relutaria em gastar $ 40 para substituir um ingresso perdido, mas estaria perfeitamente disposto a gastar outros $ 40 no ingresso, ainda que tivesse perdido os $ 40 originais.
Esta é uma situação comum na humanidade: escolhas incoerentes. Segundo a Teoria da Perspectiva, as respostas incoerentes a essas opções resultam de duas contas mentais separadas, uma para a ida ao teatro e outra para outros empregos dos $ 40 – os almoços do próximo mês, digamos. A conta do teatro foi contabilizada em $ 40 (como perda), quando o ingresso foi comprado, esgotando aquela conta. Os $ 40 perdidos foram contabilizados do dinheiro dos almoços do próximo mês (e outros gastos), sem nenhuma relação com a conta do teatro e, de qualquer modo, distante no futuro.
Bernstein (1997) ainda conta que “em uma entrevista a um repórter de uma revista, o próprio Kahneman confessou ter sucumbido à contabilidade mental. Em sua pesquisa com Tversky, ele descobrira que uma perda que não passa de um acréscimo a uma perda maior é menos dolorosa do que uma perda isolada: perder outros $ 100 após já ter perdido $ 100 é menos doloroso do que perder $ 100 em ocasiões totalmente separadas. Tendo em mente esse conceito, ao se mudar para uma casa nova, Kahneman e sua esposa compraram toda a mobília uma semana após terem comprado a casa. Se tivessem considerado a mobília como uma conta separada, poderiam ter hesitado diante do custo e comprado menos peças do que precisavam”.
Em pesquisa realizada sobre comportamento humano baseado em entrevistas e experimentos, Daniel Kahneman, prêmio Nobel de Economia (juntamente com Vernon L. Smith em 2002), questiona a racionalidade econômica em algumas situações de decisão. Quem deve tomar decisão no mundo real parece não avaliar corretamente as variáveis disponíveis, implicando em tomada de decisões nem sempre racionais (Kahneman e Tversky, 1974)
A própria Academia Real Sueca de Ciências (2002) afirma que, “se olharmos o ser humano como um sistema que codifica e interpreta a informação disponível de uma maneira consciente, mas em que outros fatores, menos conscientes, também influenciam decisões, em um processo interativo. Tais elementos incluem percepção, modelos mentais para interpretar situações específicas, emoções, atitudes e memórias de decisões anteriores e suas conseqüências”.
A Contabilidade Mental pressupõe, antes de tudo, uma decisão que nos dá conforto. Pode ser uma escolha incoerente que nos leva a um bem-estar.
Isto pode ocorrer principalmente quando analisamos os atributos parcialmente, ou seja, separamos os componentes do todo, isolamos dados. Não consideramos todos os componentes do conjunto, do banco de dados. Ou, ainda, se analisamos a configuração do todo, preferimos uma decisão levando em conta parte do todo, pois o lado emocional, a aversão a risco, situações anteriores de insucesso e outras variáveis  pesam nesta hora.
Há pessoas que têm aversão à perda, preferindo garantir um pouco a arriscar ganhar muito e depois se arrepender. Ao assumir uma posição conservadora ou emocional, a tomada de decisão pode não ser racional, daí se denominar de Contabilidade Mental.
Aspectos emocionais ou a falta de entendimento pleno de todas as informações podem impedir a tomada de decisão racional. Às vezes, a dificuldade em identificar generalizações válidas leva-nos a optar por atalhos que não permitem a decisão ideal, caracterizando-se a Contabilidade Mental.

6 Alguns exemplos de racionalidade em confronto com o emocional

. Ouço muito de pessoas que dizem que seus pais (ou avós) trabalhavam com a idéia que o primeiro investimento a ser feito deveria ser numa casa própria, mesmo que seja financiada em longo prazo. “Melhor é pagar financiamentos longos para aquilo que vai ser seu, do que pagar aluguel”, dizem estas pessoas.
Além de o imóvel residencial, pelo menos a princípio, ser visto como um ativo duplamente ruim (não gera fluxo de caixa – renda, mas gera passivo constantemente para o orçamento pessoal), nenhum autor ou expertise de finanças, que eu conheço, diz que pagar aluguel é pior que financiar. Também nunca vi uma bibliografia com base científica citar que comprar um imóvel residencial nesta base é um bom negócio. O lado emocional, porém, diz que ter um abrigo definitivo é a melhor coisa do mundo: “quem casa, quer casa”, ainda que possa ser um mau negócio em termos financeiros. Neste caso, chamamos de efeito manada, onde somos levados a crer que se um grupo grande de pessoas tem esta atitude, ele está correto, ou seja, a maioria não pode estar errada.

. Por outro lado, nossos pais têm dado bons conselhos como de poupar, lutar contra a tendência emocional de consumo. O equívoco, todavia, observado aqui, é que a maioria prefere aplicar em caderneta de poupança (talvez associando o termo “poupar” com caderneta de poupança). Para alguns é um dos investimentos mais seguros, com liquidez e de fácil manuseio. O que a maioria dos investidores neste tipo de investimento não tem atentado é que no ranking de rentabilidade, há muitos anos, caderneta de poupança tem estado em último lugar. Normalmente, este investimento garante a manutenção do capital investido, sem perspectiva de agregar lucros ao investidor. Como deveríamos nos sentir em aplicar sempre no “pior” tipo de investimento em termos de rentabilidade? Porém, o lado emocional nos leva a pensar num risco reduzido de perder o capital investido. Aversão à perda e aversão ao arrependimento são duas variáveis que podem fazer parte do conflito interno da pessoa na decisão.

. Aplicações em casa de praia, sítio, áreas de lazer, piscinas..., quase sempre, não podem ser chamados de investimentos. Eles geram tantas despesas que a maioria prefere sequer registrar estes gastos. Se, principalmente, a classe média, canalizasse estas aplicações para os chamados ativos bons, além de capitalizar e engordar seus lucros, com parte dos rendimentos, poderia planejar lazeres e viagens diversificados, agregando maior prazer. Digo classe média, pois os ricos podem se “dar ao luxo” de desperdiçar parte dos seus rendimentos com “caprichos onerosos”. O pior é que deixar estes bens para herdeiros é deixar passivos de herança, onde muitas vezes precisarão vender parte destes bens para garantir o fluxo de caixa para  manutenção dos bens herdados. O lado emocional, entretanto, indica que estes lazeres beneficiarão toda a família e herdeiros. Por outro lad, as pessoas buscam reduzir a dissonância cognitiva (corresponde ao conflito mental que os indivíduos experimentam quando são apresentadas evidências que seu raciocínio está errado ou autojustificação), evitando informações sobre suas decisões ou debater racionalmente a decisão.

. Muitos incautos abominam o cartão de crédito, considerando os juros exorbitantes nos financiamentos das obrigações não liquidadas. Ora, desde que cuidadosamente administrado, o “dinheiro de plástico” pode ser um bom negócio: você tem um relatório mensal (um fluxo de caixa parcial) “de graça” todas as vezes que você recebe a fatura (permitindo melhoria no seu controle financeiro); tem data certa de liquidar seus compromissos uma vez por mês, permitindo fazer planejamento para investimentos com prazo fixo; pode acumular  pontos ou milhas para viajar de graça (se comprar em média mensalmente R$ 3.400, em um ano será conquistada uma viagem de ida e volta para um local na América do Sul ou em dois anos para a América do Norte). Alguns cartões dão descontos para o seu lazer, outros permitem o uso de salas vips nos aeroportos, outros pagamentos de passagens aéreas ou outros bens e serviços em até dez vezes sem juros e assim sucessivamente. É importante escolher uma data conveniente para liquidação do débito e sempre liquidar toda a fatura (nunca financiar) na data do vencimento.
Todavia, o lado emocional mostra-nos que pessoas fracassaram ao administrar o cartão de crédito. Aqui entra muitas vezes a aversão ao medo.

. Há aqueles que odeiam financiamento, gostam de comprar tudo a vista. Desprezam crédito de qualquer tipo ou tomar dinheiro emprestado. Sacrificam o conforto e a satisfação de sua família para evitar o fardo psicológico de ter dívida.  Nem sempre esta atitude representa inteligência financeira. Há financiamentos interessantes. Há compras a prazo com muitas vantagens que permitem usar recursos em aplicações interessantes ou antecipar benefícios sem riscos para o orçamento. Assim, praticar orçamento (e algumas projeções) faz parte daquilo que chamamos de Contabilidade Mental. Desordem financeira é o principal fator de risco para as finanças pessoal e não os créditos e financiamentos. Há pessoas que não fazem anotações sequer no seu talão de cheque, quanto mais o seu fluxo de caixa e orçamento financeiro. A aversão ao arrependimento prevalece neste caso.

. Em se tratando de custo de oportunidade, quando dispensamos tempo para fazer alguma atividade, podemos simultaneamente deixar de ganhar se estivéssemos desenvolvendo um trabalho que nos proporciona remuneração. Não seria financeiramente melhor terceirizar aquela atividade (ou ela nos dá tanto prazer que compensa a perda?). Por exemplo, há pessoa que adora cuidar do jardim de sua casa, não trabalhando (deixando de ganhar) ou não passeando aos sábados (com sua família), preferindo plantar flores. Ou ainda há casos em que as pessoas se sentem pressionadas a não gastar mais naquilo que lhe custou muito. Assim, não se lembram do desembolso ou evitam ter mais dores pelos gastos. Semelhantemente também há pessoas que consomem forçosamente uma aquisição cara para não reconhecer uma perda que traria sofrimento ou perda de sono.

.Uma variável interessante para se aplicar a Contabilidade Mental é o binômio “custo versus benefício”. Isto é, toda decisão, informação, atitude... têm um custo. Espera-se que o retorno, o resultado, indique um montante econômico-financeiro maior que o aplicado. Uma situação interessante é em relação à carreira profissional dos nossos jovens, ou seja, as opções por cursos. Normalmente, os pais gostam de profissão que dão status. Os filhos preferem escolher, ainda um pouco imaturos para uma decisão tão complexa, uma profissão atraente. Todavia, um fator muito importante é quanto se vai investir em todo o curso (mensalidade, livros, locomoção, alimento etc.) e comparar com a empregabilidade e o salário médio nos primeiros anos do exercício profissional. Por exemplo, uma filha de um amigo escolheu um curso na área de saúde cuja universidade, cara, está localizada em outra cidade, a 50 km de sua residência. O custo mensal (mensalidade, livros, transporte, hospedagem, alimentação...) é de R$ 2.000 durante cinco anos, sem chance de se ter rendimento durante o curso. O salário médio desta profissão nos primeiros cinco anos é de R$ 1.500 mensais. Considerando a espera média de um ano para se obter o primeiro emprego (período para estagiar), os descontos legais do salário, os gastos diretos decorrentes do trabalho (transporte, roupas etc.), esta pessoa deverá trabalhar quase dez anos só para “reembolsar” os investimentos realizados no período de formação universitária. É uma péssima relação custo versus benefícios, quando comparado com curso superiores onde é possível o próprio estudante custear a mensalidade com seu próprio trabalho (é claro que este raciocínio pode não ter valor para uma família muita rica ou por uma vocação inquestionável). Muitas vezes, nestas decisões, entram as variáveis otimismo e autoconfiança, em que a maioria das pessoas tem visões irreais  acerca de suas habilidades e expectativas.

. O binômio custo versus benefício é muito bom também para os consumidores compulsivos. Há pessoas que têm comportamentos ilógicos, consumindo muito tempo visitando lojas, comprando aleatoriamente (decisões impulsivas), até mesmo coisa desnecessária. Por exemplo, seria bom, fazer uma planilha simples colocando-se numa linha o item comprado, o valor da compra, dar uma nota (de zero a dez) pela satisfação da compra e descrever os benefícios do produto. O ideal seria deixar pelo menos mais três colunas para se fazer uma avaliação em períodos futuros (um mês, três mesmos, seis meses) dando-se nova nota  considerando os benefícios descritos no momento da compra. Se as notas forem mais baixas (decrescentes) que a compra, poder-se-ia criar um “castigo”, por exemplo, fazer um jejum de compras por dez dias para cada redução de um ponto na avaliação. Porém, o lado emocional está ligado à excitação das compras, comparar com outras pessoas que tem menos, ambição etc. O lado emocional nestas compras compulsivas muitas vezes está ligado à ilusão monetária de promoções com grande descontos, número de prestação elevado com valor baixo etc.

. Na verdade, em muitas de nossas atitudes requerem inteligência financeira: utilização de cálculos financeiros antes de comprar a prazo; “pechinchas” nas compras a vista com boa argumentação (por exemplo preço mais baixo em outros locais quando se faz uma boa pesquisa de mercado);  viagens com finalidades duplas, como lazer e negócios (compra de móveis em Gramado; roupa nos EUA; enxoval de crianças em Serra Negra; roupa de noiva e outras em locais específicos na cidade de São Paulo etc.). Nestes casos, o lado emocional deverá estar (ou ser treinado) submisso à razão.

7 Conclusão

Que área profissional deveria encampar a chamada Contabilidade Mental? Seria a Contabilidade, ou a Psicologia, ou a Economia, ou a Administração, ou a Matemática, ou outra disciplina?
Quando ligamos a expressão contabilidade ao verbo contar, podemos  observar diversos significados: a) fazer conta, calcular (relativo a números envolvendo as quatro operações); b) narrar, relatar; c) ter esperança, esperar, confiar; d) computar, fazer entrar como parcela de uma conta etc. Dentro desta visão, a Contabilidade Mental estaria coberta pelo guarda-chuva da Contabilidade. Seria exeqüível a constituição de uma teoria normativa de escolha na decisão que poderia acomodar o comportamento humano? Manobras emocionais são passíveis de registros, cálculos, relatos e análises?
 Por outro lado, quando os pesquisadores Vernon L. Smith e Daniel Kahneman foram premiados com o Nobel de Economia por seus trabalhos numa área limítrofe entre a psicologia e a ciência econômica, tentando mostrar e provar que há um elemento irracional que age na tomada de decisões dos agentes de mercado e que pode ser explicado dentro de uma estrutura matemática complexa estudada pela teoria dos jogos, constata-se que tanto a Economia, como a Psicologia e as Ciências Quantitativas (Matemática e Estatística) estão fortemente envolvidas nesta área.
 Quando se trata de tomar decisão principalmente no mundo das pessoas físicas, muitas variáveis, além das contábeis, se juntam como: eventos incertos de acordo com as leis de probabilidade,  teoria da maximização da utilidade esperada, finanças comportamentais, teoria da previsibilidade (prospect theory, que tem o objetivo de oferecer explicações para observações empíricas) etc.
Diversas áreas de pesquisa que se fundem na busca de modelos da racionalidade do homo economicus, ajudando-o nas suas escolhas e tentando absorver o fator emocional, adequado à situação de incerteza e de crise em que estamos vivendo.
Todavia, espera-se um refinamento conceitual, princípios,  pressupostos para alicerçar a Contabilidade Mental. Certamente, entre estas áreas de saber abordadas (Contabilidade, Economia, Psicologia, Administração, Exatas, Sociologia), uma delas deverá ganhar destaque como o guarda-chuva teórico. Esperamos que seja a Contabilidade, que tanto tem contribuído para as organizações empresariais. Para tanto, teremos que olhar para as organizações familiares, tornando-nos mais acessíveis ao cidadão comum. De qualquer maneira, a heurística (o processo através do qual as pessoas descobrem a verdade, quase sempre, utilizando-se o método da tentativa e erro), com “regras de bolso” para tomar decisões, deve ser abandonada por construções de modelos que maximize o bem-estar do indivíduo.
A regra da representatividade observada por Kahneman e Tversky (12) a qual mostra que nosso desempenho se baseia na estatística intuitiva, adotando de forma sistemática um conjunto de regras informais que possuem lógica própria, certamente poderá ser sobrepujada pela lógica racional, evitando erros de julgamento.


Referências


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LOURENÇO, Carlos, Malabarismos da Contabilidade Mental – disponível em: <http://dn.sapo.pt/2006/10/17/economia/malabarismos_contabilidade_mental.html>.

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Zsuster, Natan;, Zsuster Fortunée; Zsuster, Flavia R. Contabilidade: atuais desafios e alternativa para seu melhor desempenho. Revista de Contabilidade & Finanças – USP, No.38, maio/agosto 2005





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